MEMÓRIA DE YEHUDI MENUHIN
Ao assinalarmos o aniversário da Associação Yehudi Menuhin Portugal, importa antes do mais lembrarmos a memória de quem lançou este extraordinário projeto que procuramos pôr em prática em cada dia, fieis ao espírito de quem acreditou sinceramente na força das Artes como fator de inclusão social, de promoção do sucesso educativo, de conhecimento, de solidariedade e de justiça. Temos na memória o dia em que, com Helena Vaz da Silva e Eduardo Marçal Grilo, na Escola número 1 de Algés, tudo verdadeiramente começou, nas imediações da Pedreira dos Húngaros. Perante a alegria dos alunos e dos seus educadores e professores, o Maestro Menuhin batia o compasso, com uma extraordinária felicidade espelhada no rosto e nos seus olhos. Mas a lembrança desse momento constitui uma grande responsabilidade para todos nós, uma vez que somos legatários de uma herança espiritual, de quem, sendo um génio, desde os tempos em que foi um prodígio, por todos saudado e reconhecido, não quis deixar-nos fisicamente sem nos pedir um compromisso, o de continuar a fazer das Artes um fator de melhor aprendizagem e de mais justiça. E assim neste momento, agradecemos a todos quantos tornaram possível este projeto, e exprimimos o mais vivo empenhamento na sua continuidade e no seu fortalecimento. Só assim poderemos ser dignos do compromisso que então assumimos perante um grande Mestre, que continua a ser um exemplo vivo da cultura de paz e da força fantástica da criação artística como modo de nos tornarmos melhores e mais humanos.
Guilherme d’Oliveira Martins
(Presidente da Direção da AYMP)
Lisboa, 27 de janeiro de 2020